Comentários

(8)
Marcelo Neves, Bacharel em Direito
Marcelo Neves
Comentário · há 7 anos
Retorne-se à Bíblia. Tome-se Adam Smith; em um país subdesenvolvido, a tendência é que a taxa geral de lucro seja elevada. Então, adota-se uma medida para ampliá-la e proporcionar acumulação de capital mais veloz, mais investimentos. Mas não estamos na Inglaterra de 1776. Como investir em um ambiente de crise econômica como a atual? É importante, nessa situação, preservar a renda do trabalhador, o que menos poupa em termos do que recebe (simplesmente por não ter muito sobrando ao final do mês); se esse ator passa a receber menos, o nível geral de consumo decai, e não haverá demanda. Já se está em Keynes, no século XX, que vem com a "moda" do intervencionismo econômico à tiracolo. Cabe discutir que a massa salarial não será achatada, mas sim vão cair as contribuições, os recursos que vão para o governo; e o governo, em seus gastos, proporciona concentração de renda, provendo servidores abastados, políticos corruptos, etc. O problema é que o salário tende a ser comprimido, sim, senão não faria sentido optar pela terceirização; ou então estaria sendo facilitado o desacato a direitos trabalhistas, o que é mais pertinente ao comentário sobre a idiotice de Getúlio, mas não é, a priori, o que essa reforma vai proporcionar - conforme os próprios parlamentares defensores do projeto. O que está sendo efetuado é, no minimo, inoportuno. Pode-se contra-argumentar que intervencionismo limita a eficiência. Terceirização de atividade meio é eventualmente defensável em termos de eficiência, redução de custos e bilateralidade de benefícios, mas a de atividade fim, não. Afinal, se a empresa não é o mais eficiente possível no que o seu cerne, então deveria nem existir, em havendo funcionamento correto dos mecanismo de livre mercado. Já o que tende a ocorrer no setor público, em fundações e autarquias, é a substituição de concurso público pelo nepotismo, e indicação de terceirizadas de figurões políticos, como já indicado em comentários acima. Um defensor bem informado da reforma a caminho quer apenas que os sindicatos sejam enfraquecidos, para que se derrube a CLT, e não se importa que o setor público torne-se menos eficiente, para melhor reivindicar a redução da carga tributária. Esse sujeito não está se importando com o que acontece com a sociedade no curto prazo, porque tem alguma segurança na vida, qualificação. Enquanto isso, pessoas vão esgotando suas vidas na vala da precarização, do desemprego, da marginalidade...
2
0
Marcelo Neves, Bacharel em Direito
Marcelo Neves
Comentário · há 7 anos
É recomendável preterir a mera tergiversação moral e buscar uma avaliação da realidade; se o texto apela para algum coitadismo, suscita também temas relevantes. Esse sofisticado aparato dos presídios de segurança máxima envolve custos elevadíssimos à sociedade. É vital manter presídios que não sejam qg de facção, e justamente por isso deve ser pensado como fazê-lo de modo extensível a todos os detentos - evitando shows midiáticos de transporte em avião da aeronáutica e coisas assim. É difícil que um preso adequadamente isolado mantenha suas prerrogativas de liderança, mas tão logo perca seu posto vêm outros assumirem o lugar. O prioritário é reduzir o lucro das atividades ilícitas; se uma eventual legalização de drogas, por exemplo, é apta a fazê-lo, deve ser ponderado o custo em termos de saúde pública e, uma vez que haja dados consistentes a respeito, a sociedade deve decidir a respeito. Rondas policiais ostensivas e grupos táticos para desmantelar quadrilhas mais relevantes têm de ser prioridade. O judiciário precisa ser ágil, para que seja possível manter presos com condenação definitiva na cadeia em vez dos provisórios. E compete dificultar, nos presídios, a comunicação com o exterior, nem que seja meramente para torná-la mais custosa; sou leigo no tema, mas este artigo me pareceu razoável: < http://www.ibytes.com.br/e-possivel-bloquear-para-impedir-o-uso-de-celulares-nos-presidios/ >. As facções devem ser combatidas pelo bolso; no momento é o Estado que está sendo castigado, compelido a atos onerosos e ineficazes - mas que rendem boas manchetes e deixam satisfeito o senso moral do cidadão médio.
1
0
Marcelo Neves, Bacharel em Direito
Marcelo Neves
Comentário · há 7 anos
3
0
Novo no Jusbrasil?
Ative gratuitamente seu perfil e junte-se a pessoas que querem entender seus direitos e deveres